terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Thanks, Bruce
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Se isso for certo...
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Atrasos relativos
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Pretensão
Precisava te ligar pra saber que você não é fruto da minha imaginação.
Pra ter certeza que quando te beijo não é sonho. Precisava me certificar que não aparece somente à noite quando saio de casa já com o pensamento em você.
Tinha que falar contigo numa hora e dia qualquer.
14:37 de uma Quinta feira nublada. Isso é uma hora qualquer. Se você é real, se existe, vai me atender.
Ouvir sua voz no momento em que necessitava, na hora em que ela soaria calma na minha mente como barulho de chuva fina na grama.
Quando ouvir sua risada do outro lado da linha não existirá melodia mais doce.
Quero saber se você sonhou alguma coisa boa, se leu o jornal, se está com fome...qualquer coisa.
Qualquer coisa que seja sua, qualquer sentimento que seja seu e que seja dito.
Me dou conta que sua voz apenas não basta.
Um beijo seu. Sem pressa nenhuma. Até porque, o mundo vai parar para nós.
A fúria do mundo vai ficar do lado de fora. Meu subtexto mostrará o que quero.
Sem preocupações, sem batalhas. Nessa noite, nada mais existe.
O momento é esse. Sombras se formarão a partir do seu corpo. A visão absurdamente linda, perfeitamente desenhada.
Pretensão demais achar que o mundo pára só porque um beijo acontece?!
Bobagem.
Claro que não!
Todo mundo já sentiu isso. Ou então, vai sentir.
Pelo menos, uma vez.
Aquela vez.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Lábios
Mas esse texto é sobre beijo. A massagem foi apenas para situar.
Escrever sobre isso, sobre bocas que se tocam é uma coisa tão batida, parece que não existe mais nada para se falar a respeito.
Mas e quando essas bocas são únicas? São “As Bocas”. Quando se tocam formam um desenho tão perfeito, combinam de uma forma tão especial que até o fechar dos olhos tem um significado. Mas todo mundo fecha os olhos pra beijar, não é?
É.
Mas no caso desse Beijo, o fechar dos olhos serve para mergulhar na escuridão e deixar que apenas o toque dos lábios fale. Ele sabe que ela é linda, que está beijando uma boca delicada, desenhada, combinando com o rosto perfeito.
Enquanto ele vai pegar um copo d água, ela diz:
- Tava pensando esses dias...uma coisa que eu reparei faz tempo... que a maioria das pessoas fecha os olhos quando beijam, só por fechar, sabe??? Porque quando viram um beijo na TV “aprenderam” que tinha que ser de olhos fechados. Fecham porque todo mundo fecha... Na verdade, o bom é quando os olhos fecham porque a pessoa flutua naquele momento, sente o toque inicial delicado dos lábios, esquece do mundo e acredita que aquele beijo é a melhor coisa que existe...tu não acha?
Ele se aproxima, acha graça, um sorriso discreto e não fala nada.
Continuando ela indaga:
- Sobre o nosso acordo das massagens. Para cada um minuto de massagem minha, eu ganho 10, é isso? E para cada beijo que eu te der?
Ele se aproxima, um tom de voz mais assoprado do que falado, perto do ouvido dela:
- Para cada beijo que tu me der, onde for e quando for, prometo que não vou fechar meus olhos apenas por fechar.
terça-feira, 4 de maio de 2010
Angélica Zapata
O sofá é do estilo “podem se jogar que eu agüento o tranco”, e ambos estão virados frente a frente. Não. Não vai rolar sexo essa noite. Eles eram amigos há muito tempo, sempre conversavam sobre tudo, porém não se viam há meses. Portanto, trata-se apenas de uma noite onde as conversas seriam longas e engraçadas. Mulher engraçada é algo raro. Linda e engraçada então, nem se fala. Geralmente, pela Lei Maior da Compensação, as mulheres lindas não possuem um senso de humor aguçado.
Para que a cena fique mais prazerosa (a despeito das mulheres que vão ler esse texto), descrevo a nossa protagonista da noite. Carismática, energia contagiante e possui todos os atributos físicos que fazem qualquer homem ajoelhar-se. Ajoelhar-se e achar que está muito bem daquela maneira. A voz dela não é sexy. A voz dela é normal, voz de mulher numa Mulher. (Para os desatentos o “ême” está maiúsculo).
Sobre o homem não vou falar nada. Não por machismo, mas sim pelo fato de não ter a habilidade de descrever um homem. Falo apenas que ele era um cara bacana, usava fio dental sabor menta, adorava futebol, apreciava bons vinhos e sabia tratar as mulheres. Pronto. Isso basta sobre o nosso rapazote.
Depois da primeira garrafa, ela propõe:
- Vamos ver as estrelas?
Impossível recusar.
Ambos estão deitados lado a lado, contemplando o aquário de corpos celestiais que a noite proporciona. Ela se vira, os olhos se encaram. O batom já não possui a cor de antes, mas ainda provoca os sentidos de qualquer homem . As risadas altas são substituídas por respirações quase mudas. A dele mais ofegante que a dela, afinal era a primeira mulher que ele ficava a sós depois de ter se separado. Foram 5 anos casado com uma loira-baixinha-possessiva-aguada, como ele mesmo sempre descrevia a ex. A trilha sonora obviamente já mudou algumas vezes, e agora traz Maxwell,“The Suite Theme”.
A Lua estava hipnoticamente conquistadora, era um holofote natural.
Eu me comunico com a Lua, sussurou ela distante agora poucos centímetros do rosto dele.
Um suspiro e ele pergunta mais com o ar de sua boca do que com a voz:
- Agora nesse exato momento, o que vocês estão falando?
- Nada..agora nada. Só antes pedi que ela testemunhasse nosso beijo pra me contar depois como foi...
terça-feira, 27 de abril de 2010
Como todo mundo que estava naquela parada, ela também estava molhada dos pés à cabeça e devia estar pensando o mesmo que todos: “que chuva de merda!”
Depois de parar de prestar atenção nas pequenas ondas que se formavam no cordão da calçada, tomei coragem e puxei assunto: “que tempinho murrinha, hein?”
Coragem eu tive, o que faltou foi originalidade.
Subimos no mesmo ônibus e óbvio que sentei ao seu lado.
Depois desse dia, abandonei minha bicicleta e passei a usar o ônibus todos os dias para voltar do trabalho. Foi assim durante todo o tempo em que ainda trabalhei naquele escritório. Foram mais 3 anos.
São poucas pessoas que gostam de dias chuvosos. Eu sou uma delas. Por causa do maior dilúvio dos últimos tempos eu conheci minha esposa. Por causa desse dilúvio eu conheci a mãe do meu filho. Está chovendo agora. Típico dia nublado de outono. Seguro meu filho no colo pela primeira vez e quando ele crescer, a primeira história que eu vou contar vai ser porquê eu gosto tanto de dias de chuva.